terça-feira, 4 de setembro de 2007

Funny Games

Funny Games (Violência Gratuita) - MIchael Haneke, ALE, 1997.

Neste final de semana resolvi rever Funny Games do meu querido Haneke. Afinal, já dizia Guilherme Arantes que "os sonhos, em cada época da vida são diferentes". Acrescento a isso a certeza de que também as nossas percepções em cada época da vida são diferentes.
Muitos não gostam do Michael Haneke. Já li críticas devastadoras sobre ele, condenando o seu oportunismo e, exatamente aquilo que lhe faz diferente, a sua facilidade em falar sobre violência de todos os tipos.
Vou mais longe, ele é, sem dúvida, o cineasta que melhor aborda o tema intolerância. Sim, suas obras tratam sempre disso: INTOLERÂNCIA. E é incrível que, apesar de falar sempre sobre o mesmo tema, Haneke se reinventa a cada filme. Fala do mesmo, mas nunca, nunca se repete.
Este Funny Games foi o filme que lhe deu projeção mundial. É um filme difícil, que desce amargo que só!!!
É sobre dois jovens que invadem sorrateiramente as férias de um casal e seu filho pequeno. Os jovens, a princípio amáveis, se mostram, logo, logo, verdadeiros monstros cruéis. A partir daí, sem entender nada, a família passa a sofrer as mais diversas formas de violência física e psicológica. Simples assim.
Mas de simples, o filme não tem nada.
Haneke não se preocupa em nenhum momento em mostrar a origem do mal que assola a personalidade dos dois jovens. Não é isso que ele quer. Para o cineasta não interessa fazer um tratado sobre comportamento humano com justificativas imediatas. O estudo sobre o comportamento humano está todo lá, mas não oferece respostas. Os jovens são cruéis, são maus, sim, mas e daí? Daí que o resto da sociedade é vítima passiva de loucos que resolvem se divertir um pouco.
Em uma das cenas do filme, uma das vítimas pergunta a um dos jovens o porquê daquilo tudo, o porquê de não matá-los logo. No que o jovem responde que o objetivo não é simplesmente matá-los, mas principalmente se divertirem. E nessa diversão sádica é que está a perversão humana.
O filme todo se resume a isso: a diversão de dois jovens.
Mas não se enganem, a leitura desse filme não é tão fácil assim. É preciso assisti-lo, viver a experiência e tirar suas próprias conclusões.

Em tempo: apesar de declarar no começo deste post minha admiração pelo diretor Michael Haneke, temo que ele tenha se prostituído, e que minha admiração, daqui para frente, diminua. Isso porque ele próprio já concluiu o remake hollywoodiano de Funny Games, com Naomi Watts, Tim Roth e Michael Pitt. O elenco é bom, mas sei não, esses remakes feitos para o gosto norte-americano me dão um medo danado!!!!
Maiores informações no site Omelete, no link logo abaixo.
Grande abraço a todos.
link


5 comentários:

Anônimo disse...

Com um elenco desses já dá para imaginar que não será um filme barra-pesada como o origial. Ninguem faria mal a Naomi Watts.

Anônimo disse...

Será? Acho que Naomi Watts e Tim Roth foram muitíssimo bem escalados. Vai ser uma inversão do que eles fizeram até hoje. Watts vai se ferrar bonitinho, ao contrário da maioria das personagens que fez no cinemão. E Tim Roth que só fazia alma agora vai pagar pelos seus pecados hehe.

Não vi o original, mas do jeito que falam, esse remake vai parecer filme infantil. :)

Anônimo disse...

Será? Acho que Naomi Watts e Tim Roth foram muitíssimo bem escalados. Vai ser uma inversão do que eles fizeram até hoje. Watts vai se ferrar bonitinho, ao contrário da maioria das personagens que fez no cinemão. E Tim Roth que só fazia alma agora vai pagar pelos seus pecados hehe.

Não vi o original, mas do jeito que falam, esse remake vai parecer filme infantil. :)

Anônimo disse...

Acho que esse ramake será uma decepção para quem assistiu a versão original, que é excelente!
Vi o trailer do remake, as cenas aparentemente são idênticas, mas como na maioria dos casos, o original não tem comparação.

jamagonça disse...

Estou realmente com medo desse remake, ainda mais porque tem o próprio Haneke envolvido.