terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os Idiotas

Os Idiotas (Idioterne) - Lars Von Trier, DIN, 1998.

PUTA QUE PARIU!!!!!!!!!!
Os Idiotas é isso mesmo, um PUTA de um filme.
E eu não estou falando do niilismo do Dogma 95, não. Eu não sou apaixonada por esse movimento. Digo até que nem gosto da maneira simplista que eles utilizavam para fazer um filme. Mas é justamente essa simplicidade que faz com que os cineastas tenham que buscar coisas interessantes para tratar nos filmes. E, geralmente, essas coisas interessantes são sempre bofetadas na cara da sociedade burguesa!
E esse segundo exemplar do Dogma 95 (o primeiro foi "Festa de Família", também de 1998, de Thomas Vinterberg) é exatamente isso: um apanhado de críticas à sociedade burguesa que, fechada em seu mundinho, vive de forma confortável e distante da realidade que a cerca. Os problemas para os burgueses, são problemas dos outros.
Em "Os Idiotas", Lars nos apresenta um grupo de pessoas burguesas que se unem para encontrar o idiota que existe em cada um e, munidos dessa paranóia, afrontar toda a sociedade. Os idiotas que eles encontram dentro de cada um são criaturas descontroladas e de comportamento muito próximo dos deficientes mentais. Com essa performance eles interagem com as pessoas na rua, nos clubes, restaurantes e, quase sempre, obtém como resposta o desprezo dos "normais"
É esse cinismo que nos é apresentado de forma lúdica e ao mesmo tempo radical. A experiência de "os Idiotas" é grandiosa e merece ser vivida.
Grande abraço.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Tarantino

Tarantino é o cara. Ele é foda! E digo isso, não só pelos seus filmes, que são sempre um momento mágico de diversão garantida. Digo isso porque sua genialidade vem de uma forma toda especial de influenciar. Influenciar a massa e todo o cinema ocidental!!! Isso mesmo, todo o cinema ocidental.
Fico pensando como seria hoje se o cara não tivesse, desde o seu início como cineasta, levantado a bandeira dos seus gêneros preferidos: western spaghetti, orientais, samurais, zumbis, exploitation e toda espécie de filmes tipo b?
Hoje existe uma infinidade de filmes orientais sendo assistidos no mundo todo. Graças à sua inventividade, qualidade e, também, claro, ao Quentin Tarantino!!!
Pois é, o cara sempre fez em seus trabalhos, um mix de cultura pop, trazendo à ordem do dia atores esquecidos pelo grande público (vide John Travolta em Pulp Fiction e Pam Grier em Jackie Brown) e uma panela de influências adquiridas no anos em que trabalhou como nerd-atendente de locadora.
Cães de Aluguel e Pulp Fiction levaram a violência ao extremo sem agredir os fãs do gênero. Jackie Brown, que para muitos é o mais fraco dos filmes de Tarantino, ressuscitou o exploitation de forma engraçada e agradável.
Depois de um bom tempo envolvido em um único filme, Tarantino cometeu o petardo chamado Kill Bill vol 1 e vol 2. Neste filme ele não deixou dúvidas quanto à suas influências cinematográficas e, de uma só vez, trouxe à consagração os velhos filmes de faroeste e de ação de Hong Kong.
E pensar que essa mente insana começou em uma locadora de bairro e ganhou asas quando Tarantino, para levantar dinheiro e tentar a vida como cineasta, escreveu seus primeiros roteiros (Amor à queima roupa e Assassinos por natureza), consagrados nas mãos de outros diretores.
Mas, apesar de ser exímio roteirista, Tarantino não se faz de rogado e sempre traz para suas obras adaptações de autores malditos.
Hoje, em cartaz com Death Proof, seu segmento no projeto Grindhouse, junto com o amigo Robert Rodriguez (Planet Terror), Tarantino, mais uma vez, recebe uma saraivada de críticas, algumas elogiosas e outras nem tanto. Ele é assim, ame-o ou deixe-o.
Toda a sua produção cinematográfica, sem dúvida, abriu portas para novos diretores não menos polêmicos (veja o caso do Eli Roth) e para as produções do oriente. Por influência sua, o ocidente passou a aceitar os orientais e suas obras primas, e a olhar com novos olhos o velho cinemão barato de outrora.
Dessa forma, só tenho uma coisa a dizer: dá-lhe Tarantino!!!! O cinema dos anos 00's é outro graças a visionários e malucos como esse figurão aí de cima!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Goya's Ghosts

Goya's Ghosts (Sombras de Goya) - Milos Forman, ESP, 2006.

Milos Forman é foda! Mesmo quando não está nos melhores de seus dias, ele faz bem feito. Este "Sombras de Goya" obviamente não é o melhor de seus trabalhos mas é, de longe, bastante interessante. Não se trata da filmografia de Francisco Goya, famoso pintor espanhol. Mas também não deixa de ser uma filmografia, aquilo que Milos faz de melhor. Neste filme, o diretor tcheco conta a história de uma das musas de Francisco Goya, Inés, filha de família abastada de passado judeu. Inés, interpretada pela sempre estonteante Natalie Portman, acaba sendo detida pela "Santa Inquisição" e, forçada, confessa sua linhagem judia. Nos porões da Igreja ela passará 15 anos, até que Napoleão Bonaparte invada a Espanha e dissolva a Inquisição.
Natalie Portman, aqui, interpreta dois papeis: o de Inés e o de sua filha, Alícia, fruto de um relacionamento forçado que ela teve durante os anos que ficou presa, com o padre Lorenzo (o também excelente Javier Bardem).
Falar mais estragaria a experiência.
O filme, como já dito, não é o melhor momento de Milos, porém, como não poderia deixar de ser, é acima da média.
O trabalho, vale também, para ver uma Natalie Portman, ora maravilhosa, ora horrenda, na sua caracterização de Alícia/Inés.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Radiohead


Meu Deus!!!!!!!!!! Radiohead novo (desde 01 de outubro), e rocker!!!!!!!!!
Pega lá, que está pululando na net, nos melhores depositórios (????) deste espaço subversivo-virtual!!!!!!!!!
Thanks God, porque eu já tinha perdido a esperança em um mundo melhor!!!!!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Hoje é dia de ... Nossa Senhora da Conceição Aparecida

E não esqueçamos que hoje é dia, também, da nossa mãe querida que lá do céu olha por nós.
Parabéns a todos os devotos desta maravilhosa padroeira de um país não tão maravilhoso assim, injusto e descompromissado com os ideais de igualdade e dignidade entre todos os homens.

Hoje é dia de ... Natalie Portman!


Nascida Natalie Hershlag em 09 de junho de 1981, em Jerusalem, Israel, esta é indiscutivelmente, na minha opinião, a maior e melhor atriz de sua geração.
Natalie começou cedo, em 1994 com 12 anos, com o filme "O Profissional" de Luc Besson. Em seguida vieram "Heat" de Michael Mann (1995), "Beatiful Girls" onde atuou ao lado de Matt Dillon e Uma Thurman (1996), "Todos dizem eu te amo" do mestre Woody Allen (1996) e "Mars Attacks!" do insano Tim Burton (1996).
Até 1999, Natalie deixou a profissão um pouco de lado para frequentar a High School.
A partir de 1999 sua carreira, já promissora, alavancou de vez com sua participação na nova saga de Star Wars. Participou dos novos três filmes de George Lucas. É também de 1999 sua parceria com a maravilhosa Susan Sarandon em "Anywhere but here".
Natalie nunca se mostrou uma atriz interessada no sucesso fácil e, por isso, sempre fez escolhas inteligentes. Com apenas 26 anos de idade, já participou de 28 filmes. Todos de qualidade. E, em todos eles deixou sua marca: a competência e talento indiscutíveis.
Como se já não bastasse esse sucesso todo, aliado à beleza, Natalie ainda separou um tempinho para estudar Psicologia na renomada Harvard, onde se graduou em 2003.
Já ganhou um Globo de Ouro como melhor atriz coadjuvante por "Closer" e foi indicada na mesma categoria no Oscar 2005. Mas infelizmente não levou a estatueta.
Atualmente ela pode ser vista nos filmes "Goya's Ghosts" de Milos Forman, "My Blueberry Nights" de Kar Wai Wong, "Hotel Chevalier" e "The Darjeeling Limited" de Wes Anderson. Para o ano que vem, Natalie já tem em pós produção "Mr. Magorium's Wonder Emporium" de Zach Helm, "The Other Boleyn Girl" de Justin Chadwick e "Brothers" de Jim Sheridan para 2009. Há rumores, ainda, de sua participação em "Snow and the Seven" de Francis Lawrence.
Agora é só escolher o filme e apreciar esta nova diva do cinema contemporâneo.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Duas mulhers, dois filmes...

É incrivel como o cinema comandado por mulheres vem se desenvolvendo e ganhando destaque. Filmes e mais filmes dirigidos por "nós" têm aparecido. A grande maioria, com clara qualidade e real intenção de fazer o melhor. Pois é: são as mulheres invadindo a sétima arte, não como divas, mas como "comandantes" de novas idéias.
Assisti a dois filmes latino-americanos dirigidos por duas mulheres latinas.
O primeiro, "Madeinusa", é peruano e foi dirigido por Claudia Llosa. O segundo, argentino, de nome "Geminis", foi comandado por Albertina Carri.
Ambos filmes profundos. Ambos filmes difíceis.
Em Madeinusa, um jovem geógrafo acaba ficando isolado em um pequeno vilarejo no interior do Peru, às vésperas das festividades da Páscoa. Lá conhece Madeinusa, adolescente sensível, filha da terra e do prefeito da cidade, seu algoz, de quem sofre constantes assédios sexuais e para quem deve entregar sua virgindade durande as festividades da Páscoa, que é quando Deus está morto e, portanto, o pecado não existe. Tradição do pequeno vilarejo.
Em Geminis, conta-se a história de uma família argentina classe média alta (ainda existe isso lá?) cujos filhos adolescentes vivem um tórrido caso de amor. A "tradição" aqui é a do incesto.
Quando comento aqui os filmes que assisto, não gosto de contar a história toda. Penso que cada um precisa caminhar um caminho próprio, e assistir a um filme é fazer uma viagem solitária. A interpretação a respeito da experiência cabe a cada um que a viveu.
Assim, não julgo necessário contar as histórias aqui, mas sim as experiências vividas com elas. E as experiências são minhas. E cabe a cada um vivê-las.
Pois bem. Voltemos aos filmes.
O primeiro foi arrebatador para mim. Poder conhecer uma parte do Peru, com suas tradições e violências próprias foi uma grande experiência.
No segundo, a experiência maior ficou por conta da cena em que a mãe descobre a relação dos filhos. Fantástica. Incrível. Inesquecível.
Assim, caros e poucos amigos leitores, assistam a esses dois filmes de duas mulheres incríveis e vivam suas próprias experiências. Experiências que serão especiais, garanto, uma vez que são duas produções latinas dirigidas por duas mulheres. Isso só já seria motivo para chamar nossa atenção. Mas os dois filmes escondem coisas além dessa simplória análise feita por esta insignificante que vos fala!
Grande abraço a todos.

Paísá n.09

Com um pouco de atraso meu, é claro, olha a nova Paisá aí, de n. 09. É só conferirem no link abaixo da imagem.



http://www.revistapaisa.com.br/