terça-feira, 25 de setembro de 2007

Tropa de Elite

Caracas, só se fala nesse filme. Tô meio bolada. Sei não, sei não.

Zodiaco

Zodiac (Zodiaco) - David Fincher, EUA, 2007.

Eu realmente não entendo tanto frisson em torno desse tal de Zodiaco, o maluco incompetente que matava quase sempre deixando um sobrevivente e inúmeros vestígios e depois mandava códigos para a polícia através do jornal San Francisco Chronicle, polícia esta, aliás, que nunca o pegou.
E tal frisson é tão grande que já gerou inúmeros filmes a respeito. Todos umas gororobas insuportáveis.
Este Zodiaco do David Fincher, sem dúvida nenhuma é o melhor deles. Afinal, David é o cara.
Mas mesmo assim, o filme, para mim, é algo que sai de nenhum lugar e leva a lugar nenhum.
Como pode uma história tão sem importância, já que nunca se comprovou quem era o assassino e tampouco conseguiram mapear sua estrutura psicológica a fim de entendê-lo, fazer tanto sucesso a ponto de merecer tantas projeções?
No filme, Fincher até arrisca apontar um culpado, já falecido, coitada, e ousa até dizer que podiam ser dois assassinos.
Minha teoria: podia ser quantos assassinos fossem, muitos até, resultado da histeria doentia que acomete o norte-americano médio quando trata-se desses crimes "incríveis", não importa, a história é chata, muito chata. Além do mais, os assassinatos não eram iguais. A única coisa igual era a incompetência do maluco(s) que os praticava, que sempre deixava uma vítima viva. De qualquer forma, aquele momento gerou histeria. Mal sabiam, os incrédulos norte-americanos, que coisas muito piores viriam a acontecer com eles, sobretudo a partir dos anos 90's!
Enfim, só espero que este seja o último filme a respeito da coisa toda, porque já deu o que tinha que dar!
Mas de qualquer forma, para quem não assistiu o engodo, ainda, assista e tire suas próprias conclusões. Acho que está faltando histórias interessantes para o cinema norte-americano. Ainda bem que a Europa ainda não está sofrendo dessa falta de criatividade congênita.
Grande abraço.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A vida de Jesus

La Vie de Jésus (A vida de Jesus) - Bruno Dumont, FRA, 1997.

Este é o primeiro longa do diretor franco-argentino Bruno Dumont. Nele, já se percebe qual é a real intenção do cineasta para a sua carreira: incomodar.
Professor de filosofia, Bruno Dumont não se contenta com o fácil.
São seus outros longas "Flandres" de 2006, "Twentynine Palms" de 2003 e "L' Humanité" de 1999. Em todos esses filmes participou, também, como roteirista. Ou seja, Bruno tem total domínio sobre suas obras.
E é disso mesmo que estamos falando: de verdadeiras obras e não simples filmes.
Neste "A vida de Jesus" o tema ressonante é a violência. Violência quase velada, mas latente nas personagens que desfilam ao longo da obra.
Com pouquíssimos diálogos, o longa mostra em sua plenitude o preconceito, racismo e intolerância que ainda sobrevivem nas entranhas francesas.
Esse preconceito e esse racismo estão presentes, hoje, nas obras de diversos diretores autorais. Bruno é mais um a tratar do tema com maestria e chamar a atenção para o que ainda acontece na França, berço da igualdade, fraternidade e liberdade tão amplamente proclamados com a Revolução.
Neste filme fica claro que a França está carente de uma nova Revolução, mais moderna e pronta para aceitar o mundo globalizado como hoje o é.
Não se enganem, ao assistirem "A vida de Jesus" não terão algumas horas de descontração e divertimento. É filme feito para pensar e questionar o mundo em que vivemos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A quem interessar possa...

Gente, eu sei que este blog está lento, quase parando. Mas me perdoem e, por favor, não me abandonem. É que estou no meio de uma maratona de concursos. Estou estudando muito. Não estou deixando de assistir filmes, afinal ninguém é de ferro. Só não estou tendo tempo de postá-los.
Em breve voltarei com força máxima. Por hora, vou postando lentamente, lentamente...
Grande abraço a todos

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Sunshine - Alerta Solar

Sunshine (Alerta Solar) - Danny Boyle, Reino Unido, 2007.

Eu estava com um pé atrás em relação a este último filme do Danny Boyle. Embora tenha sido bem comentado e tal, dá um medo danado esse tipo de história sobre ficção científica. Aliás, o tema já foi filmado inúmeras vezes e, muitas delas, pessimamente, por diretores talentosos. Daí meu temor.
Mas Danny Boyle não é um diretor que se contenta com pouco. Seus filmes, carregados de influências pops, são sempre bons. Porém, após os ótimos "Cova Rasa" e " Trainspotting", Danny fez o caminho que a maioria dos estrangeiros talentosos faz: tentar a vida em Hollywood. E assim como a maioria, Boyle também se deixou levar melo medianismo norte-americano e perdeu a mão dirigindo filmes fáceis e pouco interessantes. Por sorte, descobriu em tempo que seu lugar é na Europa mesmo e voltou aos bons trabalhos com "Extermínio" e, logo em seguida, com "Caiu do Céu".
Este Sunshine, de cara, já se mostra uma produção diferente. Boyle reuniu em seu elenco o ótimo e cotadíssimo irlandês Cillian Murphy, com quem já havia trabalhado em "Exermínio" e que hoje se mostra como um dos melhores atores de sua geração, mais outras figuras nem tão conhecidas assim, mas competentíssimas. Trouxe, assim, para seu filme os quase desconhecidos Cliff Curtis do neo-zelandês "Encantadora de Baleias", Hiroyuki Sanada do cruisiano "O Último Samurai", Benedict Wong do bom "Coisas Belas e Sujas" e Rose Byrne de "Tróia". Para dar um up na produção, convocou a sempre bela e competente Michelle Yeoh de "O Tigre e o Dragão" e o hollywoodiano Chris Evans, o mais fraquinho de todos, de "O Quarteto Fantástico".
Soma-se a isso as ótimas influências cinematográficas de "2001" de Kubrick, "Solaris" de Tarkovisky e um pouquinho de "O Enigma do Horizonte", de Paul W. S. Anderson.
Pronto, temos, então, um ótimo filme de ficção existencialista.
Não esperem assistir a cenas dantescas de adrenalina e comoção. Mas as cenas dantescas existem na extraordinária fotografia do filme. O minimalismo do filme é o personagem que impera. Aliás, o protagonista mesmo, não é nenhuma estrela citada aí em cima. O verdadeiro protagonista do filme é o astro-rei Sol que, 50 anos no futuro, está morrendo. A tripulação Ícaro II, então, tem a missão de "reacendê-lo". Porém, na trajetória rumo ao Sol, a Ícaro II se depara com uma interceptação de rádio vinda da Ícaro I, desaparecida há dezesseis anos. O que fazer: continuar com a missão ou mudar a rota para tentar resgatar a tripulação da primeira nave que, com a mesma missão, fracassou e desapareceu há tempos? Improvisar ou manter os planos originais?
Esse é o mote do filme que, se não chega a ser uma obra prima, é sem dúvida um filmão que coloca no chinelo muitas produções milionárias de Hollywood. Assisti-lo é um exercício saudável que tem como receita o bom cinemão somado a competência de um diretor que quer ser lembrado pela ousadia, qualidade e verve pop. Sim porque apesar de tratar-se de uma obra de ficção existencialista, a cultura pop de Danny Boyle está toda lá, plano a plano.
Grande abraço e boa diversão.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Blog do dia

O blog amigo Viver e Morrer no Cinema (http://buchinsky.zip.net/) está com uma enquete sobre os melhores filmes do Mestre dos Mestre, Jerry Lewis. Passem lá e opinem.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Funny Games

Funny Games (Violência Gratuita) - MIchael Haneke, ALE, 1997.

Neste final de semana resolvi rever Funny Games do meu querido Haneke. Afinal, já dizia Guilherme Arantes que "os sonhos, em cada época da vida são diferentes". Acrescento a isso a certeza de que também as nossas percepções em cada época da vida são diferentes.
Muitos não gostam do Michael Haneke. Já li críticas devastadoras sobre ele, condenando o seu oportunismo e, exatamente aquilo que lhe faz diferente, a sua facilidade em falar sobre violência de todos os tipos.
Vou mais longe, ele é, sem dúvida, o cineasta que melhor aborda o tema intolerância. Sim, suas obras tratam sempre disso: INTOLERÂNCIA. E é incrível que, apesar de falar sempre sobre o mesmo tema, Haneke se reinventa a cada filme. Fala do mesmo, mas nunca, nunca se repete.
Este Funny Games foi o filme que lhe deu projeção mundial. É um filme difícil, que desce amargo que só!!!
É sobre dois jovens que invadem sorrateiramente as férias de um casal e seu filho pequeno. Os jovens, a princípio amáveis, se mostram, logo, logo, verdadeiros monstros cruéis. A partir daí, sem entender nada, a família passa a sofrer as mais diversas formas de violência física e psicológica. Simples assim.
Mas de simples, o filme não tem nada.
Haneke não se preocupa em nenhum momento em mostrar a origem do mal que assola a personalidade dos dois jovens. Não é isso que ele quer. Para o cineasta não interessa fazer um tratado sobre comportamento humano com justificativas imediatas. O estudo sobre o comportamento humano está todo lá, mas não oferece respostas. Os jovens são cruéis, são maus, sim, mas e daí? Daí que o resto da sociedade é vítima passiva de loucos que resolvem se divertir um pouco.
Em uma das cenas do filme, uma das vítimas pergunta a um dos jovens o porquê daquilo tudo, o porquê de não matá-los logo. No que o jovem responde que o objetivo não é simplesmente matá-los, mas principalmente se divertirem. E nessa diversão sádica é que está a perversão humana.
O filme todo se resume a isso: a diversão de dois jovens.
Mas não se enganem, a leitura desse filme não é tão fácil assim. É preciso assisti-lo, viver a experiência e tirar suas próprias conclusões.

Em tempo: apesar de declarar no começo deste post minha admiração pelo diretor Michael Haneke, temo que ele tenha se prostituído, e que minha admiração, daqui para frente, diminua. Isso porque ele próprio já concluiu o remake hollywoodiano de Funny Games, com Naomi Watts, Tim Roth e Michael Pitt. O elenco é bom, mas sei não, esses remakes feitos para o gosto norte-americano me dão um medo danado!!!!
Maiores informações no site Omelete, no link logo abaixo.
Grande abraço a todos.
link